IMPERMANÊNCIA E TRANSITORIEDADE

 O clímax do filme se dá quando sutilmente um personagem é introduzido, o novo amigo de Samantha, Alan Watts, um real filósofo que morreu nos anos 1970, e é reconstituído como sistema operacional no filme. A mensagem a impermanência e transitoriedade.
 A transitoriedade da vida atual faz com que todas as coisas que compõem a nossa realidade sejam cíclicas. O contato exterior e interior se constrói a partir das mudanças. Assim, o filme chama a atenção para o fato de sermos compostos, tanto quanto Samantha, e estarmos aprendendo e evoluindo tanto quanto ela. Este fato desconstrói qualquer possível Eu ou personalidade que ceticamente acreditamos que exista.
 O clima organizacional resultante de uma sociedade como a nossa é de instabilidade, insegurança e medo. Se anteriormente, na tradicional produção em massa a loucura do trabalho se manifestava em neuroses e alienação - devido ao trabalho repetitivo e monótono-, agora na produção flexível impera a paranoia, a psicose, a esquizofrenia e a depressão.
 A fragmentação profissional é chave para a aceitação da culpa, considerando-se assim uma pessoa fracassada, incompetente ou até “sem foco para o sucesso”.·.

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